Dica: Jogo do Eu

Bom dia pessoal!

Hoje venho aqui dar uma dica para a prática clínica: o Jogo do Eu!

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Esse é na verdade um livro de autoconhecimento que R D Silva transformou em jogo e eu particularmente gosto, e uso bastante.
O Jogo é um livro com páginas soltas e com isso permitem quem está lendo (ou jogando) a de fato interagir com seus textos de forma prática e bem direta.

A dinâmica dele é simples, e você pode utilizar o Jogo do eu tanto nas sessões, quanto como atividade entre encontros, uma espécie de plano de ação, como chamamos na terapia cognitivo comportamental. Após embaralhar as cartas, a pessoa escolhe aleatoriamente cinco cartas e as lê, devendo escolher apenas uma para praticar e devolvendo as demais para o monte. E isso é bacana, pois o propósito do jogo é que você tenha a oportunidade de interagir com todas as cartas.

O Jogo do Eu é uma experiência que você leva para a sua vida cotidiana, proporcionando vivências de autoconhecimento onde seu objetivo é vencer as suas próprias barreiras.

Utilizo o Jogo do Eu com muita frequência na clínica e tenho um bom feedback dos pacientes. E uma coisa que acredito ser interessante, o Jogo do Eu não se restringe somente a TCC, podendo ser utilizado nas diversas abordagens da Psicologia.

Olha ele aí marcando sempre presença!!!!

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A leitura do Jogo do Eu é na verdade uma jornada! Arrisque-se e viva mais autoconscientemente!

 

Ótima semana e até o próximo texto!

Um abraço,
Ticiana

 

A coragem de ser você

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Oi, pessoal, o texto dessa semana do blog vai ser um pouco diferente, pois trago uma reflexão, mais do que dados concretos.

A ideia me surgiu do cotidiano mesmo, talvez por estar lendo “A coragem de ser imperfeito” de Brené Brown (inclusive o título vem daí), ou também por estar vendo, principalmente nas redes sociais, movimentos de “aceite-se” cada vez mais importantes.

Pessoas como a Rayza Nicácio (@rayzanicacio), a Mirian Bottan (@mbottan), a Carolinie Figueiredo (@carolinie_figueiredo), a Samara Felippo (@sfelippo), a marca aqui de Salvador Quero Bloom (@querobloom), a Iasmine Fernandes do #vamoscachearomundo (@vamoscachearomundo) para citar algumas pessoas que estão fazendo exatamente isso, tendo coragem de serem elas mesmas. Seja assumindo os cachos, o corpo, as ideologias, a rédea da vida, as imperfeições, elas estão se assumindo, e é muito bonito de ser ver.

E por conta de tudo isso, eu te pergunto: você tem coragem de ser você mesmo? De assumir o que você gosta? De assumir as suas decisões? De assumir que você é um ser imperfeito, e está tudo bem. Aliás, a sociedade dita “perfeições”, padrões que nós aprendemos que devemos cumprir, mas tenho percebido que esses padrões estão sendo quebrados. Afinal, a vida é mutável, na época renascentista “as gordinhas” eram o padrão de beleza, nos anos 80 as ombreiras reinavam, no passado alisar o cabelo era ser bonita. E isso está mudando. Por que você também não muda o seu jeito de se olhar?

Porém é importante dizer que se aceitar não é sinônimo de não se cuidar. Às vezes as pessoas tem a falsa ideia de que quando a pessoa se aceita ela “não tem mais trabalho”, se ela assume os cachos, ela não tem mais que ir no salão; se ela assume “as gordurinhas” para que fazer exercício? Não. Não. Não. Se cuidar é necessário até nas suas imperfeições. Exercite-se , cuide-se, ame-se. Mas como você é. E evolua sempre. Busque sempre o seu melhor, e não o melhor para o outro. Assumir quem você é, é fazer de você a pessoa mais importante do seu mundo! Afinal, não é a toa (nem maldade!) que quando as máscaras de oxigênio caem num voo, você deve colocar primeiro a sua, pois como você irá cuidar e ajudar os outros se não estiver bem?

Viva com ousadia!! E aqui trago o inicio do livro de Brené Brown, quando ela diz que viver com ousadia é se entregar por completo, é ser vulnerável, e saber que essa vulnerabilidade  é compreender que o ser humano precisa de vitórias e derrotas. Precisamos ter coragem de viver, de entrar na “arena da vida” sendo nós mesmos. Ser perfeito não existe na realidade, e é um padrão que ninguém nunca vai alcançar. Viver com ousadia é ter coragem de ser você, tomar as rédeas da sua vida e partir para o sua viagem, que é só sua. Tome coragem. Viva!

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Obrigada por ler até aqui e até o próximo texto!

Ticiana.

Técnica A.C.A.L.M.E-S.E

Ansiedade, quem pode dizer que está livre dela? Mas ao contrário do que muitos pensam, a ansiedade é fator estruturante do ser humano. TODOS temos ansiedade. O que difere de algo “normal” ou “disfuncional” é a intensidade e como lidamos com ela.

Por notar que a ansiedade vem se tornando cada vez mais a vilã dos dias atuais, resolvi trazer para a nossa postagem da semana uma técnica que é eficiente para controlar a ansiedade.

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A técnica foi criada pelo terapeuta cognitivo comportamental e professor Bernard Rangé, e consiste em passos para, como o nome mesmo sugere, acalmar-se. Quando se tem crises de ansiedade, ou alto níveis de estresse, esses passos sugeridos por Rangé irão ajudar a você a manter-se sereno.

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A técnica é composta de 8 passos:

Passo 1: Aceite a sua ansiedade –> isso mesmo. Não lute contra ela. Converse com ela. Aceite que ela está ali por alguma razão. Substitua suas emoções ruins pela emoção de aceitação. Quanto mais lutamos contra algo, mas aquilo cresce.

Passo 2: Contemple tudo a sua volta –> saia de você. Conecte-se com o que está ocorrendo ao seu redor. Você não é a sua ansiedade. Descreva o que ocorre no mundo externo a você. Tire a atenção do seu interior.

Passo 3: Aja como se não estivesse ansioso. “O que eu faria agora se estivesse tudo bem?” Tente diminuir o ritmo. Não fuja da realidade achando que irá fugir da ansiedade.

Passo 4: Libere o ar dos pulmões lentamente. Inspire e expire de forma lenta e gradual. Sem pressa. Sem certo ou errado. Apenas deixe que o ar circule.

Passo 5: Mantenha os passos anteriores. Refaça-os outra vez na mesma ordem –> aceitar, contemplar, agir e respirar.

Passo 6: Examine seus pensamentos –> sem precipitações. Apenas veja como está pensando. Procure analisar seus pensamentos e busque traços de realidade neles. Pense racionalmente.

Passo 7: Sorria, você conseguiu! Olha só, você já chegou aqui, e posso acreditar que já se sente melhor. A vida é feita de fases e você está conseguindo passar por essa. Aceitando sua ansiedade, logo você estará sabendo lidar com ela cada vez melhor.

Passo 8: Espere pelo futuro com aceitação. A ansiedade não vai desaparecer como em um passe de mágica. Mas tenha em mente que da próxima vez que ela aparecer, você já estará mais seguro para entendê-la.

Esse é o passo a passo da técnica A.C.A.L.M.E-S.E do professor Rangé.

Uma dica? Familiarizar-se com ela é a melhor opção, e por isso, não deixe para tentar fazê-la somente quando estiver em uma crise de ansiedade. Leia o passo a passo quando estiver bem e isso fará com que você esteja ainda mais preparado.

Vamos juntos?

Espero que tenham gostado do texto.

Até  a próxima.

Ticiana

Cartões de enfrentamento: você sabe o que é e para que serve?

 

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Na terapia cognitivo comportamental buscamos mecanismos para melhorar a o dia a dia do indivíduo.
Às vezes, o nosso pensamento é traiçoeiro e nos prega peças, e esses pensamentos são ditos disfuncionais, ou seja, não funcionam para nossa saúde mental.
Um dos mecanismos que temos disponíveis na TCC são os cartões de enfrentamento.
Mas o que são esses cartões?
Os cartões de enfrentamento são frases motivacionais e realistas que ajudam as pessoas a manterem o foco, ou a verem as coisas por uma lente menos negativa, naqueles momentos em que tudo parece desmoronar.
A ideia é pedir para o cliente/ paciente que escreva em um cartão frases que o ajude a passar por alguma situação desafiadora e conseguir forças para tal.
Essa estratégia é muito boa para pacientes com ideação suicida, como também para os procrastinadores e com humor depressivo. São lembretes de que a vida e as metas valem a pena.
Fazer um cartão de enfrentamento teoricamente é fácil, basicamente é colocar nele motivos reais para continuar ou começar algo. A dica é fazer esse cartão em um momento em que as coisas estejam relativamente bem e suas ideias estejam tranquilas. Após feito, ele deve estar sempre com você, por isso, é importante que o seu cartão de enfrentamento seja de um tamanho ideal para estar na bolsa ou na carteira. Hoje em dia com a tecnologia, até o bloco de notas do celular pode servir de lugar para fazer o cartão de enfrentamento.
E quando ler o seu cartão? Assim como nos preparamos para tudo na vida, o cartão de enfrentamento deve ser lido todos os dias, de preferência pelo menos duas vezes, mesmo que nesses momentos você esteja se sentindo motivado. É sempre bom reforçar esse ânimo e ajuda a criar um hábito. Afinal, quando estamos acostumados a algo é sempre mais fácil realizar qualquer tarefa, correto?
Você pode fazer vários cartões de enfrentamento: porque devo viver? porque não comer besteiras? porque continuar naquele curso? porque investir em algo? Se aquilo for bom e valer a pena, sempre bom relembrar o motivo.

E aí? Esse texto te ajudou de alguma forma? Me conta nos comentários ou me manda um e-mail ticiana27.11@gmail.com vou adorar saber o seu feedback!

Lembrando também que nenhum texto aqui substitui o processo de psicoterapia.
Não está conseguindo sozinho? Busque ajuda!

Até a próxima,

Ticiana.

Dica de livro: “As 10 bobagens mais comuns que as pessoas inteligentes cometem…”

Olá, pessoal!

Hoje vamos falar sobre um livro bem bacana que tenho lido: “As 10 bobagens mais comuns que as pessoas inteligentes cometem e técnicas eficazes para evitá-las” do Dr. Arthur Freeman e Rosa DeWolf.

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O livro é sensacional, e de fácil leitura (e não é restrito a psicólogos!). A começar pelo título que foi a primeira coisa que me chamou atenção. E a ideia do livro é bem direta: as pessoas inteligentes – aquelas que são bem sucedidas e estão indo bem na vida – às vezes se deixam abalar por problemas, muitas vezes, desnecessários. São erros tolos, e que muitas vezes não conseguimos nem explicar o porque cometemos, mas eles estão ali, para dá aquela sacudida de realidade na nossa rotina.

Mas que erros seriam esses? São as famosas “mancadas”, “bolas foras”, aquele branco na hora de apresentar um trabalho, ou aquela frase que foi dita em um tom errado, a insegurança que às vezes surge do nada ou até mesmo o ataque de fúria que nem sempre pode ser atribuído (no caso de mulheres) à famosa TPM. Aqueles momentos que a inteligência emocional fala mais alto do que a inteligência racional.

O livro trás o prefácio escrito pelo Aaron Beck – “pai” da teoria cognitivo comportamental, e logo na introdução nos chama para reconhecermos quais são essas dez bobagens do título, falando sobre emoções, ações, e nos brinda com um teste para descobrir quais são as bobagens que cada um de nós faz. E aqui é a grande sacada do livro: você deve ser verdadeiro consigo mesmo para que o seu resultado seja real e que a leitura possa ser proveitosa. Teste feito, os autores indicam quais capítulos devem ser lidos com mais atenção, pois nele estará a tal bobagem que você descobriu que faz, e como evitá-la.

Para os curiosos – ou profissionais/ estudantes de psicologia – recomendo a leitura do livro todo, pois para nós profissionais, ele é um ótimo aliado na clínica.

A obra é da Editora Guarda-Chuva e tem 293 páginas.

Recomendo realmente esse livro! O único porém, é que ele não é tão fácil de achar, mas vou deixar aqui o contato da editora e da BoookPsi – distribuidora na qual eu comprei o meu.

Editora Guarda-Chuva –  editoraguardachuva.com.br/ @editoraguardachuva
BookPsi – www.bookpsi.com.br/  @bookpsi

Ficou com alguma dúvida deixa um comentário ou manda um e-mail ticiana27.11@gmail.com

Até o próximo post.

Ticiana Araújo Carnaúba
(Psicóloga clínica e orientadora profissional)

Como funciona a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC)


A Terapia Congnitivo comportamental ou TCC é uma das linhas teóricas da psicologia. É a linha na qual atendo meus pacientes. E é aquela que mais me identifico.

Mas como ela funciona? De forma simples, irei explicar o funcionamento básico dessa forma de fazer psicologia.

A TCC, como seu nome já diz, trabalha no âmbito da cognição (pensamentos) e do comportamento, aliando um ao outro. Ela entende que pensamentos regem os comportamentos, e se algo que você faz, não está do seu agrado, busque entender como você está pensando.

A terapia é feita em clínica, com sessões semanais, de duração de cinquenta minutos cada, porém não é uma terapia onde o cliente/ paciente somente fala, ele age também.

A fala e a escuta são importantes na TCC, mas por se tratar de uma linha teórica que prioriza também o comportamento, este não poderia
deixar de se fazer presente por meio de ações propostas. Ações essas que os terapeutas cognitivos comportamentais chamam de “atividades” ou mais recentemente de “planos de ação”, que nada mais são do que indicações de tarefas para serem feitas entre sessões, para que se tenha uma maior continuidade no que vem sendo feito durante os encontros.

Além disso, a TCC tem como objetivo maior, transformar o cliente/ paciente em seu próprio terapeuta. Sim! Ao fazer terapia na TCC, você adquire ferramentas para seguir sozinho depois de um tempo!
A premissa básica é “mude seu pensamentos, e mudará suas ações
(comportamento)”. Mas o inverso também se faz presente, pois muitas vezes, é necessária uma mudança de comportamento para que pensamentos sejam modificados.

Muitos acreditam que a TCC é mecânica e que não se aprofunda, ou apelidam ela de “mágica”, pois há promessas de melhoras em pouco tempo. Mas não, isso não é verdadeiro. A TCC pode ajudar em curto espaço de tempo algumas pessoas? Sim, pode. Mas em casos pontuais, de pessoas que buscam terapia para fobias, por exemplo, mas existem demandas que são mais sólidas e que necessitam de um maior tempo de trabalho. E sim, a TCC se aprofunda, mas
de um jeito prático, onde o cliente/ paciente é ator principal em sua própria mudança.

Não aceite promessas mágicas, nem na TCC, nem em nenhuma
outra abordagem.
Faça terapia. Busque ajuda.

Tem mais dúvidas sobre esse processo ou quer agendar uma sessão de avaliação, entre em contato (71) 9 9280 0204.
Ticiana Araújo Carnaúba
(psicóloga clínica e orientadora profissional CRP 03 11253)

PERGUNTAS X RESPOSTAS: “Como é feita a psicoterapia?”

Bom dia, pessoal, hoje dou início a uma série de postagens que tem como finalidade ser um informativo rápido sobre  dúvidas que mais recebo nas redes sociais.

Essa série terá como nome: Perguntas x respostas.

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Como participar: basta enviar a sua dúvida para o e-mail ticiana27.11@gmail.com ou pelo direct lá no Instagram (@psicologaticianacarnauba) e as mais relevantes (ou frequentes) serão postadas aqui no blog.

Nessa primeira “Perguntas x respostas” temos:

P:Como é feita a Psicoterapia“? (enviada por A.N de Salvador/ Bahia)

R: O processo de psicoterapia que realizo consiste em encontros semanais, com duração de cinquenta minutos cada. Por que essa periodicidade? Porque a terapia é um processo, e assim sendo, deve haver uma constância. A psicoterapia não possui um tempo limite. Não existe prever quando a psicoterapia irá ser concluída, pois ela é uma busca por algo maior, por um autoconhecimento. A psicoterapia, independente da linha teórica utilizada pelo profissional, tem como objetivo auxiliar o cliente/paciente em alguma dificuldade momentânea, ou algo já duradouro, ou até mesmo, em conhecer a si mesmo.

Buscar ajuda na terapia não é sinal de fraqueza e sim de coragem de mudar algo que não está lhe sendo benéfico.

Faça terapia. Busque ajuda.

Tem mais dúvidas sobre esse processo ou quer agendar uma sessão de avaliação, entre em contato (71) 9 9280 0204.

Ticiana Araújo Carnaúba

(psicóloga clínica e orientadora profissional CRP 03 11253)

Distimia ou mal humor?

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Nos dias atuais, com tantas coisas acontecendo no mundo que ficamos um pouco “zonzos”, está cada dia mais comum vermos pessoas de “eterno mal humor”.

Não dá pra ser feliz assim“. “Não consigo encontrar a tal felicidade“. “A vida está muito dura para eu achar que posso estar de bom humor“. Frases assim estão cada vez mais rotineiras, não só na clínica, como também nas famílias, rodas de amigos e locais de trabalho.

Existe um diagnóstico que pode indicar um “eterno mal humor”, mesmo sem relação direta com acontecimentos externos: a distimia, que etimologicamente significa “mal humorado”. A distimia tem relação com a melancolia, podendo ser considerada um medo intenso ou até mesmo depressão. Essa depressão, no entanto, seria uma depressão crônica leve. Distimia pode então ser considerada como temperamento depressivo pela presença constante, embora fluente, de tristeza, ansiedade, pessimismo e falta de prazer (Moreno, 2010).

A partir de 1980, com o DSM-III, todas as depressões crônicas com evolução superior a dois anos passam a ser tratadas como “transtorno distímico“.

Estudiosos, no entanto, conseguem ver a distimia como algo adaptativo, podendo não ser patológico. Porém, ela se torna mal-adaptativa quando gera o afastamento das atividades rotineiras, gerando por sua vez uma diminuição da capacidade de enfrentamento e da flexibilidade adaptativa.

Segundo o DSM-IV, os critérios diagnósticos para a distimia são:

  1. humor deprimido na maior parte do dia;
  2. duração de 2 anos sem remissão de sintomas;
  3. não ocorrência de episódio de depressão maior durante esses dois primeiros anos
  4. presença de dois ou mais dos seguintes itens:
    a) aumento ou diminuição do apetite;
    b) insônia ou hipersonia;
    c) baixa energia ou fatigabilidade;
    d) baixa autoestima
    e) diminuição da concentração ou indecisão;
    f) desesperança.

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A maior prevalência de distimia é em mulheres, e também pode ocorrer em crianças, nas quais os sintomas são menos graves, sendo basicamente caracterizada pela persistência e cronicidade do humor depressivo ou irritável, durando 3 a 4 anos, em média.

Alguns distimicos podem ser taxados de arrogantes, e apresentam alterações no apetite e libido. Por essa razão, faz-se necessário um diagnóstico bem feito, pois a distimia não pode ser diagnosticada na presença de outros sintomas maníacos.

As vezes, a distimia é taxada como “aquela doença que a pessoa vive de mal humor“, mas ela pode trazer consequências graves para o paciente, pois ela, em termos de sintomatologia, não difere da depressão maior, sendo diferente apenas pela cronicidade.

Como se dá o tratamento para a distimia? De forma medicamentosa, e também com abordagens psicossociais. Somente remédio não adianta no tratamento, que pode ser muito eficaz se associado com terapia. Uma boa psicoeducação é fundamental para a adesão do paciente e de sua família, principalmente quando se trata de distimia, uma doença que ainda não é encarada como séria, e muitas vezes, não é o motivo da busca de ajuda por aquele que sofre com esse transtorno.

Ficou com alguma dúvida sobre esse tema? Envie um e-mail para ticiana27.11@gmail.com

Um abraço e até o próximo post.

Ticiana Araújo Carnaúba
(psicóloga clínica e orientadora profissional)

(Quero deixar claro que nenhuma postagem substitui uma avaliação ou uma sessão de terapia, falo aqui sobre assuntos de forma introdutória, e não definitiva).

REFERÊNCIA: MORENO, R.A. Distimia: do mau humor ao mal do humor: diagnóstico e tratamento – 3ª ed. – Porto Alegre: Artmed, 2010.

Fobia social: você tem?

Você sabe identificar uma fobia social?

Muitas pessoas pensam que fobia social é “medo de gente”, e por isso, acreditam que não são fóbicos sociais. Mas o problema é um pouco diferente. Você pode sair, interagir, e mesmo assim ser um fóbico social (e sua fobia ainda não estar em um nível mais grave)!

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Fobia social na verdade é o medo de consequente desaprovação ou rejeição por parte dos outros (DSM-IV), ou seja, é o medo excessivo de ser visto se comportando de forma humilhante ou embaraçosa, em decorrência de demonstração de ansiedade ou desempenhando de modo inadequado perante outras pessoas.

Podemos dizer então que, fobia social é o medo de ser julgado.

Em casos extremos, pode sim ser incapacitante, pois, é um transtorno que pode gerar muitas limitações, já que o contato humano é fundamental.

É um transtorno intimamente ligado à ansiedade, onde falsos alarmes de estímulos perigosos são constantemente ativados, e em sua maioria, de forma antecipatória. Os sujeitos fóbicos avaliam de forma negativa o próprio desempenho social, e julgam que irão, de forma fisiológica, transparecer essa incapacidade para o outro.

Uma característica central da fobia social é o medo de avaliação negativa, o que nos leva a concluir que fobia social não é medo de gente, e sim medo do julgamento do outro.

O que ocorre com essas pessoas? Muitos deles começam a utilizar de comportamentos de segurança para melhorar a sua funcionalidade, ou seja, passam a ter comportamentos que evitem a situação temida. Porém o que parece ser “bom”, acaba por fortalecer a fobia. Funciona como uma válvula de escape, mas que não resolve o problema. Mas por que isso acontece? Porque eles servem para potencializar os sintomas, aumentam o autofoco e acabam por contaminar a situação social. O ponto chave desses comportamentos de segurança é a evitação, e por esse motivo, que as pessoas passam a evitar eventos sociais, reuniões, e situações onde possam vir a ser avaliados, gerando assim, um afastamento gradativo das pessoas em seus ciclos de amizade, o que pode gerar a disfuncionalidade na vida, e um consequente isolamento social.

Se percebeu como um fóbico social, o melhor a fazer é procurar um especialista e conversar a respeito. Busque ajuda! E a terapia pode ajudar!

 

Ficou com alguma dúvida sobre esse assunto? Entre em contato ticiana27.11@gmail.com

 

Um abraço e até o próximo post.

 

Ticiana Araújo Carnaúba
(psicóloga clínica e orientadora profissional)

Por que desistimos tanto da terapia?

Hoje resolvi fazer um texto diferente, menos “científico” e mais “pessoal”, trazendo um pouco da minha percepção enquanto psicóloga clínica.

Atuo na clínica já há quase três anos, e percebo o número significativo de pessoas que iniciam a terapia, e em determinado momento deixam, ou pedem um tempo (e não voltam mais!), ou até mesmo somem. As justificativas são as mais variadas, e todas “verdades” para cada um. Mas fica a dúvida: por que desistimos tanto da terapia?

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Acredito que tenha raiz no conceito em si de terapia que a maioria das pessoas ainda tem: algo meio “mágico“; “que irá resolver meus problemas“; “Um lugar que eu vou e uma outra pessoa irá me dizer o que fazer“. E não é bem assim que ocorre.

A terapia é um local de acolhida, de escuta, de busca e de ajuda, mas o ator principal é o cliente/ paciente, e não o terapeuta. Não basta ir toda semana para o consultório, estar presente durante 50 minutos, e não levar para sua vida as mudanças que a terapia oferece. O que começa no setting terapêutico, continua no cotidiano, senão você não entrou em terapia, meu caro.

Terapia não é só prazer, não é só alguém validando suas escolhas, e sim, é um momento em que livre de julgamentos, você poderá visualizar o que lhe afeta por outros ângulos, ter uma outra forma de ver as coisas. Mas quem irá ver é você e não seu terapeuta.

Algumas pessoas deixam a terapia porque ela “machuca”, “dói”, porque falar de determinados problemas é ruim. Sim! Não existe terapia fácil, nenhuma mudança é. Há sofrimento, há quebra de rotina, há desafios, mas há também um profissional disposto a te ajudar quando você não conseguir ir sozinho.

Outras pessoas deixam a terapia porque “existem outras coisas mais importantes no momento”, e enquanto a terapia não tiver real importância em sua vida, ela nunca será prioridade, e sempre será o primeiro corte feito. Algumas outras pessoas, ainda deixam a terapia porque é “muito caro”, e não entendem que terapia não é gasto, é investimento. Investimento em sua saúde mental, em seu bem estar, em sua autoconsciência.

E existem ainda aquelas pessoas que começam a não enxergar benefícios na terapia. Mas será que eles não existem? Sempre pontuo com meus clientes/ pacientes que as mudanças são lentas, às vezes pouco perceptíveis, mas se houver engajamento da parte dele(a), os benefícios serão notados. Tenha paciência com a terapia, ela não é mágica!

Os motivos são inúmeros, e aqui não desvalido nenhum deles, mas ainda tenho esperança do dia em que a terapia não está no topo da lista de “cortes”, e será levada a sério e até o fim. Se é que ele (o fim!), existe.

Faça terapia. Ou melhor, continue na terapia. Ela com certeza irá ajudar.

 

Ticiana Araújo Carnaúba
(psicóloga clínica e orientadora profissional)