Pessoas multipotenciais

Oi, pessoal, tudo bem com vocês?
Andei meio sumida aqui, mas maio foi um mês corrido e me pegou num lapso de desorganização de tempo. Mas vamos consertar isso, certo?

Hoje venho falar de um assunto que me chamou atenção há uns quinze dias, enquanto lia um e-mail das Irmãs Alcântara, do curso do Efeito Orna que estou fazendo. Elas falavam exatamente sobre mulheres multipotenciais.

E resolvi falar um pouco sobre esse assunto: pessoas multipotenciais.

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Pessoas multipotenciais são aquelas que tem necessidade de aprender coisas novas e são regidos por um espírito curioso. São pessoas que não querem apenas saber bem uma só coisa, mas sim são ávidas por explorar nos mais diversos campos do conhecimento. Como elas mesmas dizem no e-mail ser multiprofissional “é ter habilidade em juntar vários interesses de uma maneira criativa e transformá-los, torná-los novos trabalhos, novas ideias, novos empreendimentos e aprender novas habilidades de forma rápida“.

Essa definição também me lembrou o Bruno Rodrigues do Marketing para Psicólogos, quando ele diz em seus cursos que você não precisa fazer dinheiro na psicologia somente na clínica, e questiona: “onde mais você pode atuar na sua área“? Isso é ser multipotencial.

Pessoas multipotenciais mesclam habilidades e aptidões diversas e são bons em todas elas. Mas isso não quer dizer que não possam focar em apenas uma atividade quando queiram. Outro ponto importante sobre as pessoas multipotenciais é que em sua maioria elas são empreendedoras, e ousam no que acreditam. Os multipotenciais são além de tudo pessoas capazes de se adaptar rapidamente às mudanças que ocorrem ao seu redor, tendo um alto poder de resiliência e pensamento estratégico rápido.

E ser multipotencial é como já diz seu nome, ter, desenvolver e desempenhar múltiplos papeis com seus potenciais. O multipotencial com certeza irá desempenhar diversos papeis e criar outros tantos. E todos muito bem feitos. As combinações de potenciais, experiências e interesses são infinitas e geram muita diversidade.

Tem um vídeo da Emilie Wapnick onde ela explica os multipotentialite como ela chama os multipotenciais que vale a pena ver. Basta clicar no nesse link (o vídeo está em inglês). E ainda sobre a Emilie, ela destaca três características fortes dos multipotenciais: 1) Síntese de ideias (combinar talentos e criar algo novo a partir daí); 2) Aprendizagem rápida e 3) Adaptabilidade.

Me considero uma pessoa multipotencial (e também por isso o texto do e-mail me chamou atenção). Sou psicóloga clínica, orientadora profissional, publicitária, gestora em comunicação corporativa (por formação e ocupação), mas também supervisora clínica, palestrante, empreendedora (já rolou o EmpreendePSI vem aí em Julho o Dialogus), social media, faço resenha de livros e filmes, e por aí vai. E antigamente esse fato de ser muita coisa junta não era bem visto por todos e confesso que me incomodava, mas sempre fez sentido para mim, pois eu pensava: “porque preciso ser apenas uma boa coisa, se posso ser tantas?” E isso também me motivou.

E isso vem desde a Renascença. Algum nome de pessoa multipotencial vem em mente? Pintor? Roteirista? Cientista? Romancista? Ator? Escritor? Arquiteto? Engenheiro? Anatomista? Lembrou de alguém assim? SIM! Leonardo Da Vinci foi um mutipotencial de destaque,  mas até ele sofreu consequências negativas por ser assim em sua época.

Li também um texto da Renata Lapetina, “13 sinais que você é multipotencial” e achei bem bacana, e você também pode ler aqui! Além disso, a Renata tem uma página no Facebook sobre o assunto e um site, o Multipotenciais do Brasil! Já estou por lá aprendendo muito!

E você? Se identifica com as pessoas multipotenciais? Achou o texto interessante? Me conta nos comentários, ou me manda um e-mail ticiana27.11@gmail.com

Um abraço e até o próximo texto,

Ticiana.

Dica: Jogo do Eu

Bom dia pessoal!

Hoje venho aqui dar uma dica para a prática clínica: o Jogo do Eu!

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Esse é na verdade um livro de autoconhecimento que R D Silva transformou em jogo e eu particularmente gosto, e uso bastante.
O Jogo é um livro com páginas soltas e com isso permitem quem está lendo (ou jogando) a de fato interagir com seus textos de forma prática e bem direta.

A dinâmica dele é simples, e você pode utilizar o Jogo do eu tanto nas sessões, quanto como atividade entre encontros, uma espécie de plano de ação, como chamamos na terapia cognitivo comportamental. Após embaralhar as cartas, a pessoa escolhe aleatoriamente cinco cartas e as lê, devendo escolher apenas uma para praticar e devolvendo as demais para o monte. E isso é bacana, pois o propósito do jogo é que você tenha a oportunidade de interagir com todas as cartas.

O Jogo do Eu é uma experiência que você leva para a sua vida cotidiana, proporcionando vivências de autoconhecimento onde seu objetivo é vencer as suas próprias barreiras.

Utilizo o Jogo do Eu com muita frequência na clínica e tenho um bom feedback dos pacientes. E uma coisa que acredito ser interessante, o Jogo do Eu não se restringe somente a TCC, podendo ser utilizado nas diversas abordagens da Psicologia.

Olha ele aí marcando sempre presença!!!!

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A leitura do Jogo do Eu é na verdade uma jornada! Arrisque-se e viva mais autoconscientemente!

 

Ótima semana e até o próximo texto!

Um abraço,
Ticiana

 

A coragem de ser você

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Oi, pessoal, o texto dessa semana do blog vai ser um pouco diferente, pois trago uma reflexão, mais do que dados concretos.

A ideia me surgiu do cotidiano mesmo, talvez por estar lendo “A coragem de ser imperfeito” de Brené Brown (inclusive o título vem daí), ou também por estar vendo, principalmente nas redes sociais, movimentos de “aceite-se” cada vez mais importantes.

Pessoas como a Rayza Nicácio (@rayzanicacio), a Mirian Bottan (@mbottan), a Carolinie Figueiredo (@carolinie_figueiredo), a Samara Felippo (@sfelippo), a marca aqui de Salvador Quero Bloom (@querobloom), a Iasmine Fernandes do #vamoscachearomundo (@vamoscachearomundo) para citar algumas pessoas que estão fazendo exatamente isso, tendo coragem de serem elas mesmas. Seja assumindo os cachos, o corpo, as ideologias, a rédea da vida, as imperfeições, elas estão se assumindo, e é muito bonito de ser ver.

E por conta de tudo isso, eu te pergunto: você tem coragem de ser você mesmo? De assumir o que você gosta? De assumir as suas decisões? De assumir que você é um ser imperfeito, e está tudo bem. Aliás, a sociedade dita “perfeições”, padrões que nós aprendemos que devemos cumprir, mas tenho percebido que esses padrões estão sendo quebrados. Afinal, a vida é mutável, na época renascentista “as gordinhas” eram o padrão de beleza, nos anos 80 as ombreiras reinavam, no passado alisar o cabelo era ser bonita. E isso está mudando. Por que você também não muda o seu jeito de se olhar?

Porém é importante dizer que se aceitar não é sinônimo de não se cuidar. Às vezes as pessoas tem a falsa ideia de que quando a pessoa se aceita ela “não tem mais trabalho”, se ela assume os cachos, ela não tem mais que ir no salão; se ela assume “as gordurinhas” para que fazer exercício? Não. Não. Não. Se cuidar é necessário até nas suas imperfeições. Exercite-se , cuide-se, ame-se. Mas como você é. E evolua sempre. Busque sempre o seu melhor, e não o melhor para o outro. Assumir quem você é, é fazer de você a pessoa mais importante do seu mundo! Afinal, não é a toa (nem maldade!) que quando as máscaras de oxigênio caem num voo, você deve colocar primeiro a sua, pois como você irá cuidar e ajudar os outros se não estiver bem?

Viva com ousadia!! E aqui trago o inicio do livro de Brené Brown, quando ela diz que viver com ousadia é se entregar por completo, é ser vulnerável, e saber que essa vulnerabilidade  é compreender que o ser humano precisa de vitórias e derrotas. Precisamos ter coragem de viver, de entrar na “arena da vida” sendo nós mesmos. Ser perfeito não existe na realidade, e é um padrão que ninguém nunca vai alcançar. Viver com ousadia é ter coragem de ser você, tomar as rédeas da sua vida e partir para o sua viagem, que é só sua. Tome coragem. Viva!

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Obrigada por ler até aqui e até o próximo texto!

Ticiana.

Técnica A.C.A.L.M.E-S.E

Ansiedade, quem pode dizer que está livre dela? Mas ao contrário do que muitos pensam, a ansiedade é fator estruturante do ser humano. TODOS temos ansiedade. O que difere de algo “normal” ou “disfuncional” é a intensidade e como lidamos com ela.

Por notar que a ansiedade vem se tornando cada vez mais a vilã dos dias atuais, resolvi trazer para a nossa postagem da semana uma técnica que é eficiente para controlar a ansiedade.

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A técnica foi criada pelo terapeuta cognitivo comportamental e professor Bernard Rangé, e consiste em passos para, como o nome mesmo sugere, acalmar-se. Quando se tem crises de ansiedade, ou alto níveis de estresse, esses passos sugeridos por Rangé irão ajudar a você a manter-se sereno.

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A técnica é composta de 8 passos:

Passo 1: Aceite a sua ansiedade –> isso mesmo. Não lute contra ela. Converse com ela. Aceite que ela está ali por alguma razão. Substitua suas emoções ruins pela emoção de aceitação. Quanto mais lutamos contra algo, mas aquilo cresce.

Passo 2: Contemple tudo a sua volta –> saia de você. Conecte-se com o que está ocorrendo ao seu redor. Você não é a sua ansiedade. Descreva o que ocorre no mundo externo a você. Tire a atenção do seu interior.

Passo 3: Aja como se não estivesse ansioso. “O que eu faria agora se estivesse tudo bem?” Tente diminuir o ritmo. Não fuja da realidade achando que irá fugir da ansiedade.

Passo 4: Libere o ar dos pulmões lentamente. Inspire e expire de forma lenta e gradual. Sem pressa. Sem certo ou errado. Apenas deixe que o ar circule.

Passo 5: Mantenha os passos anteriores. Refaça-os outra vez na mesma ordem –> aceitar, contemplar, agir e respirar.

Passo 6: Examine seus pensamentos –> sem precipitações. Apenas veja como está pensando. Procure analisar seus pensamentos e busque traços de realidade neles. Pense racionalmente.

Passo 7: Sorria, você conseguiu! Olha só, você já chegou aqui, e posso acreditar que já se sente melhor. A vida é feita de fases e você está conseguindo passar por essa. Aceitando sua ansiedade, logo você estará sabendo lidar com ela cada vez melhor.

Passo 8: Espere pelo futuro com aceitação. A ansiedade não vai desaparecer como em um passe de mágica. Mas tenha em mente que da próxima vez que ela aparecer, você já estará mais seguro para entendê-la.

Esse é o passo a passo da técnica A.C.A.L.M.E-S.E do professor Rangé.

Uma dica? Familiarizar-se com ela é a melhor opção, e por isso, não deixe para tentar fazê-la somente quando estiver em uma crise de ansiedade. Leia o passo a passo quando estiver bem e isso fará com que você esteja ainda mais preparado.

Vamos juntos?

Espero que tenham gostado do texto.

Até  a próxima.

Ticiana

Dica de livro: Como falhar na relação? Os 50 erros que os terapeutas mais cometem.

Hoje vamos falar de um livro bem bacana que li há pouco tempo.

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Como falhar na relação? Os 50 erros que os terapeutas mais cometem, do Bernard Schwartz e John V. Flowers, é um livro bem interessante de ser lido por psicólogos e terapeutas, principalmente para aqueles que estão no início da vida clínica.

No livro, os autores trazem como objetivo falar sobre esses tais erros mais comuns de forma detalhada e confiável. Eles abordam também a temática de que na graduação somos sempre ensinados com base na teoria, porém as questões mais práticas e que envolvem “jogo de cintura” e criatividade nem ao menos são abordadas.

Falta a noção prática de como falar de fato com o seu cliente! Perguntas básicas tais como “o que devo dizer no início?” ou “como quebrar o gelo?” são algumas das quais os autores pretendem abordar na obra, e sempre de forma agradável, de fácil leitura  e de forma bem prática, baseados nas suas próprias experiências clínicas, como também nas suas vivências no acompanhamento de jovens terapeutas e colegas. Eles fizeram uma compilação desses erros e trazem em forma de aprendizado.

O livro aborda erros desde antes de se iniciar a terapia, aqueles que dizem respeito às expectativas do cliente, quanto dos próprios terapeutas; erros de avaliações incompletas; erros baseados no fato de ignorar a ciência (porque sim, não podemos esquecer, a psicologia é uma ciência!); erros que levam a não colaboração do cliente; aborda também erros que fazem qualquer relação terapeuta – paciente ser destruída; erros no estabelecimento de limites; dentre alguns outros. O ponto chave do livro? O fato de que os autores nos presenteiam como uma sessão “como evitar o erro” ao final de cada um dos 50 que são listados.

Esse livro me fez pensar no meu início na clínica, quando eu também tive as minhas dúvidas, e parti do zero, pois naquele momento não contava com nenhum livro como esse, nem com algum tipo de supervisão, tendo como modelo aulas de campo (bem raras, vamos admitir) da época da faculdade.

O maior segredo para não errar, talvez seja, ser você mesmo, sem máscaras ou interpretação de papeis. No entanto, tenha sempre atenção aos seus sentimentos, e leve seu cérebro junto. Saber todas as teorias não é garantia de sucesso!

Gostou desse texto? Deixa seu comentário se você quer mais indicações de livros por aqui!

Até a próxima!

 

Ticiana

 

Cartões de enfrentamento: você sabe o que é e para que serve?

 

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Na terapia cognitivo comportamental buscamos mecanismos para melhorar a o dia a dia do indivíduo.
Às vezes, o nosso pensamento é traiçoeiro e nos prega peças, e esses pensamentos são ditos disfuncionais, ou seja, não funcionam para nossa saúde mental.
Um dos mecanismos que temos disponíveis na TCC são os cartões de enfrentamento.
Mas o que são esses cartões?
Os cartões de enfrentamento são frases motivacionais e realistas que ajudam as pessoas a manterem o foco, ou a verem as coisas por uma lente menos negativa, naqueles momentos em que tudo parece desmoronar.
A ideia é pedir para o cliente/ paciente que escreva em um cartão frases que o ajude a passar por alguma situação desafiadora e conseguir forças para tal.
Essa estratégia é muito boa para pacientes com ideação suicida, como também para os procrastinadores e com humor depressivo. São lembretes de que a vida e as metas valem a pena.
Fazer um cartão de enfrentamento teoricamente é fácil, basicamente é colocar nele motivos reais para continuar ou começar algo. A dica é fazer esse cartão em um momento em que as coisas estejam relativamente bem e suas ideias estejam tranquilas. Após feito, ele deve estar sempre com você, por isso, é importante que o seu cartão de enfrentamento seja de um tamanho ideal para estar na bolsa ou na carteira. Hoje em dia com a tecnologia, até o bloco de notas do celular pode servir de lugar para fazer o cartão de enfrentamento.
E quando ler o seu cartão? Assim como nos preparamos para tudo na vida, o cartão de enfrentamento deve ser lido todos os dias, de preferência pelo menos duas vezes, mesmo que nesses momentos você esteja se sentindo motivado. É sempre bom reforçar esse ânimo e ajuda a criar um hábito. Afinal, quando estamos acostumados a algo é sempre mais fácil realizar qualquer tarefa, correto?
Você pode fazer vários cartões de enfrentamento: porque devo viver? porque não comer besteiras? porque continuar naquele curso? porque investir em algo? Se aquilo for bom e valer a pena, sempre bom relembrar o motivo.

E aí? Esse texto te ajudou de alguma forma? Me conta nos comentários ou me manda um e-mail ticiana27.11@gmail.com vou adorar saber o seu feedback!

Lembrando também que nenhum texto aqui substitui o processo de psicoterapia.
Não está conseguindo sozinho? Busque ajuda!

Até a próxima,

Ticiana.

Orientação Profissional

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FONTE: Google

 

Orientação Profissional é uma das vertentes da psicologia, e os psicólogos podem se especializar nessa função, tornando-se assim orientadores profissionais. No entanto, ainda existem profissionais pouco especializados, que após a formação generalizada na psicologia, atuam como orientadores profissionais, o que pode acarretar em trabalhos superficiais.

Algumas pessoas ainda tem em mente que Orientação Profissional é apenas aplicação de testes, porém a Orientação Profissional vai muito além disso. Testes psicológicos são ferramentas que podem ser utilizadas para ajudar no processo, sendo uma fase da orientação, porém somente tais testes fazem com que o processo seja insipiente e passe uma falsa ideia de “conclusão”. Porém, a Orientação Profissional deve ser tida como um processo, como o alinhamento das habilidades pessoais de cada um e as características do mercado de trabalho e suas profissões, e não como uma escolha determinada na vida de uma pessoa. Afinal, porque deveríamos escolher algo no início da vida adulta e permanecer nessa escolha durante toda a vida? Será que aos 17/ 18 anos estamos realmente aptos para tal escolha? O que realmente permeia a escolha profissional?

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FONTE: Google

 

Afinal, o que é a escolha profissional? O ato de escolher é “decidir entre uma série de opções aquela que nos parece melhor” (Lucchiari, 2008, p.16), e sendo assim, o escolher a profissão seria decidir entre tantas quais as que parece melhor para o seu futuro, ou aquela que realize as suas aspirações profissionais. Tarefa essa, que nos dias atuais está ficando cada dia mais complexa, devido às possibilidades de novos cursos e especializações, além dos cursos técnicos, guiados pelas novas tecnologias, que fazem com que cada vez mais, a informação chegue ao jovem em uma velocidade extrema. E qual o papel da Orientação Profissional? Segundo Lucchiari (1993), o objetivo é “facilitar o momento da escolha ao jovem, auxiliando-o a compreender sua situação específica de vida, na qual estão incluídos aspectos pessoais, familiares e sociais. É a partir dessa compreensão que ele terá mais condições de definir qual a melhor escolha – a escolha possível – no seu projeto de vida” (p.12).

Sendo assim, orientar profissionalmente não é dar a “certeza absoluta” da escolha, mas sim preparar a pessoa para escolher de forma mais consciente e assertiva.

É importante também mencionar que diversos são os fatores que afetam – direta ou indiretamente a escolha profissional – sejam eles políticos, econômicos, sociais, educacionais, psicológicos, e sobretudo, familiares. Sim, a família influencia muito no momento da escolha, seja pelas expectativas dos pais para com os filhos, como as expectativas do próprios filhos, em seu lugar na família. A escolha profissional acaba sendo um projeto dos pais, assim como um projeto dos filhos.

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FONTE: Google

 

Uma dúvida que muitas vezes existe: orientação vocacional ou orientação profissional? A psicóloga Dulce Helena Penna Soares, doutora em Psicologia Clínica e fundadora do LIOP (Laboratório de Informação e Orientação Profissional), afirma em seu livro “a escolha profissional do jovem ao adulto” (2002) que “vocação não existe. Ninguém nasce para uma profissão apenas. Toda história pessoa de cada um, onde nasceu, como viveu, as oportunidades na vida para experimentar uma série de coisas, vai dizer as possibilidades futuras” (p.100). Sendo assim, a nomenclatura hoje em dia mais utilizada é orientação profissional. No entanto, nas publicações norte americanas você ainda encontra a nomenclatura “orientação vocacional”, enquanto as publicações francesas usam o termo “orientação profissional” e as publicações argentinas fazem uso da nomenclatura “orientação ocupacional”, e todas se referem à mesma coisa.

No Brasil, a Orientação Profissional está muito vinculada ao âmbito escolar, mas ela também é realizada em atendimento clínico, sendo comparada com uma terapia breve ou de apoio, uma vez que, tem um único foco: a dificuldade profissional (SOARES, 2002).

Uma outra modalidade que vem crescendo junto à Orientação Profissional é o trabalho de reorientação profissional, tendo em vista as crescentes transformações sociais. Mas o que vem a ser a reorientação profissional? Segundo Garcia (2000) apud Soares (2002), “a reorientação profissional tem por objetivo […] resgatar os projetos profissionais daquele que, em um momento de sua vida, engajou-se numa escolha sem ter passado por questionamentos, ou importou-se apenas em viver aquele momento, ou ainda, considerou apenas o futuro, sem levar em conta todo o processo decisório pelo qual estava passando” (p.147), e nesse momento a maior dificuldade que a pessoa em reorientação profissional enfrenta é romper com o que já foi construído, e muitas vezes recomeçar do início.

Por tanto, o processo de Orientação e Reorientação Profissional é algo trabalhoso e progressivo, que requer alguns encontros e a conexão do “eu” com o mercado e as diversas possibilidades que existem.

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FONTE: Google

 

Está com dificuldade de escolha, ou se encontra em um momento de dúvidas dentro da profissão escolhida? Procure ajuda de um psicólogo orientador profissional e busque um maior entendimento sobre as suas possibilidades.

Ticiana Araújo Carnaúba
Psicóloga e Orientadora Profissional
CRP 03/11253

REFERÊNCIAS:

LUCCHIARI, Dulce H.S. O que é escolha-profissional. 3 ed. rev. e ampl. – São Paulo: Brasiliense, 2008. (Coleção primeiros passos; 212).

________________(org.)  Pensando e vivendo a Orientação Profissional – São Paulo: Summus, 1993.

SOARES, Dulce H.P. A escolha profissional: do jovem ao adulto – São Paulo: Summus, 2002.

Nova identidade visual

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Uma nova identidade. Do jeito que eu queria!

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Como atuo:

🔹 Psicoterapia
🔹 Orientação Profissional
🔹 Avaliação Psicológica
🔹 Clínica Social
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Onde atendo:
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Você sabe o que são PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS?

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Pensamentos disfuncionais. Pensamentos errôneos. Pensamentos automáticos. Todas essas definições são para um tipo de pensamento, que a Teoria Cognitivo Comportamental (TCC) caracteriza como aqueles que vem de imediato, sem “muito pensar” e que por muitas vezes trazem consigo ideias errôneas ou carregadas de conceitos já estabelecidos pelas crenças de quem pensa.

Segundo Aaron Beck, “os pensamentos automáticos são um fluxo de pensamentos que coexistem com um fluxo de pensamentos mais manifesto” (Beck apud Beck, 2013, p. 159). E eles não são específicos para pessoas com problemas psicológicos. Todos nós os temos.

É bastante comum que automaticamente ao enfrentarmos algo novo, um pensamento errôneo e automático de “eu não vou conseguir” venha à nossa mente. A TCC tem como propósito ensinar ao paciente a usar essa emoção negativa como algo que impulsiona a avaliação desses pensamentos e o desenvolvimento de uma resposta avaliativa. As ferramentas da TCC ajudam a  “avaliar seus pensamentos de forma consciente e estruturada, especialmente quando estão perturbados” (BECK, 2013, p. 159)

Mas porque esses pensamentos também são chamados de disfuncionais e errôneos? Porque acabam por distorcer a realidade, provocam angústia, além de interferirem na capacidade do paciente de atingir seus objetivos.

Os pensamentos automáticos estão intimamente ligados com as emoções, pois quando estes pensamentos surgem, trazem consigo emoções, geralmente carregadas de negativismo. Sendo assim, “as emoções que o paciente sente estão conectadas logicamente ao conteúdo dos seus pensamentos automáticos” (BECK, 2013, p. 160).

O grande problema dos pensamentos automáticos é o fato deles serem breves e carregarem “conclusões” impensadas de quem os têm. Eles podem ocorrer de forma verbal, visual, ou ambas. Mas com a intervenção da TCC, a pessoa se torna apta a reconhecer esses pensamentos, analisa-los, identificar quais emoções estão envolvidas e por fim, conseguir racionaliza-los da melhor maneira possível.

Uma característica imprescindível para afastar esses pensamentos errôneos é ser flexível, ter a capacidade de se adaptar às circunstâncias da vida cotidiana. O psicólogo Albert Ellis em seus estudos, concluiu que as pessoas, em geral, tendem a ter pensamentos de forma irracional e derrotista (EDELMAN, 2014).

Segundo Eldman (2014), existem alguns pensamentos e atitudes que as pessoas costumam adotar que fazem com que os pensamentos errôneos se fortaleçam.

São eles, segundo ELDMAN, 2014, p. 35 – 53 :

# Pensamento catastrófico: “tendência comum a exagerar os aspectos e as consequências negativas de acontecimentos passados, presentes ou futuros“;
# Pensamento preto e branco: “tendência de ver tudo de forma polarizada – boa ou ruim – ignorando o campo intermediário“;
# Generalizar de forma excessiva: “tirar conclusões negativas sobre nós mesmos, outras pessoas e situações de vida baseados em limitados indícios“;
# Personalizar: quando “atribuímos caráter pessoal ao que nos acontece, sentimo-nos responsáveis por circunstâncias que não são culpa nossa ou supomos incorretamente que as respostas de outras pessoas são dirigidas a nós“;
# Filtragem: quando se nota “apenas os elementos negativos de uma situação“;
# Tirar conclusões precipitadas
# Rotular, comparar, entre outras. 

Finalizando, a TCC se dispõe a ensinar técnicas para que as pessoas possam adquirir melhores formas de pensamento, identificando os padrões já pré-estabelecidos, que lhes causam ansiedade e emoções angustiantes, podendo a partir de então melhor monitorar tais cognições para que seja possível uma vida mais saudável, em termos psicológicos.

REFERÊNCIAS:

BECK, J. S. Terapia Cognitivo Comportamental: teoria e prática. 2. ed. – Porto Alegre: Artmed, 2013.

ELDMAN, S. Basta pensar diferente: como a ciência pode ajudar você a ver o mundo por novos olhos. 1ª.ed. São Paulo: Editora Fundamento Educacional Ltda., 2014.

A depressão materna e a intergeracionalidade familiar

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Você sabia que a depressão pode ser hereditária? E não estou só falando de genética como já foi mostrado e pesquisado por estudiosos em várias partes no mundo. Aqui falo de um fenômeno muito mais amplo e no âmbito psicológico chamado intergeracionalidade, que vem a ser o ensinamento de pais para filhos, no que diz respeito a ensinar aos seus filhos os valores éticos e culturais, além de regras, os papéis e crenças (BAPTISTA & TEODORO, 2012).

Estudos apontam ainda que com relação à depressão materna  e em relação à intergeracionalidade familiar  existem quatro mecanismos que podem contribuir para a transmissão dos sintomas depressivos de mães para filhos. São eles:

1) FATORES GENÉTICOS – hereditariedade da depressão;
2) MECANISMO NEURORREGULATÓRIO DISFUNCIONAL – desenvolvimento fetal anormal em decorrência da depressão materna durante o período gestacional;
3) INAPROPRIADA TRANSMISSÃO DE SUPORTE FAMILIAR – pouca assistência afetiva, instrumental e informacional por parte da família;
4) CONTEXTO ESTRESSANTE VIVIDO PELOS FILHOS – brigas familiares e discórdia conjugal. (BAPTISTA & TEODORO, 2012, p. 22)

Sendo assim, tanto fatores biológicos, quanto os psico-sociais são responsáveis pela presença da depressão materna em gerações diversas de uma mesma família.

O fenômeno da intergeracionalidade familiar ainda é pouco estudado no Brasil, mas algumas pesquisas já veem sendo realizadas, mesmo que de forma ainda isolada. Vale ressaltar que tal fenômeno deve ser estudado como algo complexo, onde devem constar diversas variáveis.

REFERÊNCIA:
BAPTISTA, M.N & TEODORO, M.L.M. Psicologia de família.: teoria, avaliação e intervenção. Porto Alegre: Artmed, 2012.