Pessoas multipotenciais

Oi, pessoal, tudo bem com vocês?
Andei meio sumida aqui, mas maio foi um mês corrido e me pegou num lapso de desorganização de tempo. Mas vamos consertar isso, certo?

Hoje venho falar de um assunto que me chamou atenção há uns quinze dias, enquanto lia um e-mail das Irmãs Alcântara, do curso do Efeito Orna que estou fazendo. Elas falavam exatamente sobre mulheres multipotenciais.

E resolvi falar um pouco sobre esse assunto: pessoas multipotenciais.

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Pessoas multipotenciais são aquelas que tem necessidade de aprender coisas novas e são regidos por um espírito curioso. São pessoas que não querem apenas saber bem uma só coisa, mas sim são ávidas por explorar nos mais diversos campos do conhecimento. Como elas mesmas dizem no e-mail ser multiprofissional “é ter habilidade em juntar vários interesses de uma maneira criativa e transformá-los, torná-los novos trabalhos, novas ideias, novos empreendimentos e aprender novas habilidades de forma rápida“.

Essa definição também me lembrou o Bruno Rodrigues do Marketing para Psicólogos, quando ele diz em seus cursos que você não precisa fazer dinheiro na psicologia somente na clínica, e questiona: “onde mais você pode atuar na sua área“? Isso é ser multipotencial.

Pessoas multipotenciais mesclam habilidades e aptidões diversas e são bons em todas elas. Mas isso não quer dizer que não possam focar em apenas uma atividade quando queiram. Outro ponto importante sobre as pessoas multipotenciais é que em sua maioria elas são empreendedoras, e ousam no que acreditam. Os multipotenciais são além de tudo pessoas capazes de se adaptar rapidamente às mudanças que ocorrem ao seu redor, tendo um alto poder de resiliência e pensamento estratégico rápido.

E ser multipotencial é como já diz seu nome, ter, desenvolver e desempenhar múltiplos papeis com seus potenciais. O multipotencial com certeza irá desempenhar diversos papeis e criar outros tantos. E todos muito bem feitos. As combinações de potenciais, experiências e interesses são infinitas e geram muita diversidade.

Tem um vídeo da Emilie Wapnick onde ela explica os multipotentialite como ela chama os multipotenciais que vale a pena ver. Basta clicar no nesse link (o vídeo está em inglês). E ainda sobre a Emilie, ela destaca três características fortes dos multipotenciais: 1) Síntese de ideias (combinar talentos e criar algo novo a partir daí); 2) Aprendizagem rápida e 3) Adaptabilidade.

Me considero uma pessoa multipotencial (e também por isso o texto do e-mail me chamou atenção). Sou psicóloga clínica, orientadora profissional, publicitária, gestora em comunicação corporativa (por formação e ocupação), mas também supervisora clínica, palestrante, empreendedora (já rolou o EmpreendePSI vem aí em Julho o Dialogus), social media, faço resenha de livros e filmes, e por aí vai. E antigamente esse fato de ser muita coisa junta não era bem visto por todos e confesso que me incomodava, mas sempre fez sentido para mim, pois eu pensava: “porque preciso ser apenas uma boa coisa, se posso ser tantas?” E isso também me motivou.

E isso vem desde a Renascença. Algum nome de pessoa multipotencial vem em mente? Pintor? Roteirista? Cientista? Romancista? Ator? Escritor? Arquiteto? Engenheiro? Anatomista? Lembrou de alguém assim? SIM! Leonardo Da Vinci foi um mutipotencial de destaque,  mas até ele sofreu consequências negativas por ser assim em sua época.

Li também um texto da Renata Lapetina, “13 sinais que você é multipotencial” e achei bem bacana, e você também pode ler aqui! Além disso, a Renata tem uma página no Facebook sobre o assunto e um site, o Multipotenciais do Brasil! Já estou por lá aprendendo muito!

E você? Se identifica com as pessoas multipotenciais? Achou o texto interessante? Me conta nos comentários, ou me manda um e-mail ticiana27.11@gmail.com

Um abraço e até o próximo texto,

Ticiana.

Dica: Jogo do Eu

Bom dia pessoal!

Hoje venho aqui dar uma dica para a prática clínica: o Jogo do Eu!

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Esse é na verdade um livro de autoconhecimento que R D Silva transformou em jogo e eu particularmente gosto, e uso bastante.
O Jogo é um livro com páginas soltas e com isso permitem quem está lendo (ou jogando) a de fato interagir com seus textos de forma prática e bem direta.

A dinâmica dele é simples, e você pode utilizar o Jogo do eu tanto nas sessões, quanto como atividade entre encontros, uma espécie de plano de ação, como chamamos na terapia cognitivo comportamental. Após embaralhar as cartas, a pessoa escolhe aleatoriamente cinco cartas e as lê, devendo escolher apenas uma para praticar e devolvendo as demais para o monte. E isso é bacana, pois o propósito do jogo é que você tenha a oportunidade de interagir com todas as cartas.

O Jogo do Eu é uma experiência que você leva para a sua vida cotidiana, proporcionando vivências de autoconhecimento onde seu objetivo é vencer as suas próprias barreiras.

Utilizo o Jogo do Eu com muita frequência na clínica e tenho um bom feedback dos pacientes. E uma coisa que acredito ser interessante, o Jogo do Eu não se restringe somente a TCC, podendo ser utilizado nas diversas abordagens da Psicologia.

Olha ele aí marcando sempre presença!!!!

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A leitura do Jogo do Eu é na verdade uma jornada! Arrisque-se e viva mais autoconscientemente!

 

Ótima semana e até o próximo texto!

Um abraço,
Ticiana

 

A coragem de ser você

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Oi, pessoal, o texto dessa semana do blog vai ser um pouco diferente, pois trago uma reflexão, mais do que dados concretos.

A ideia me surgiu do cotidiano mesmo, talvez por estar lendo “A coragem de ser imperfeito” de Brené Brown (inclusive o título vem daí), ou também por estar vendo, principalmente nas redes sociais, movimentos de “aceite-se” cada vez mais importantes.

Pessoas como a Rayza Nicácio (@rayzanicacio), a Mirian Bottan (@mbottan), a Carolinie Figueiredo (@carolinie_figueiredo), a Samara Felippo (@sfelippo), a marca aqui de Salvador Quero Bloom (@querobloom), a Iasmine Fernandes do #vamoscachearomundo (@vamoscachearomundo) para citar algumas pessoas que estão fazendo exatamente isso, tendo coragem de serem elas mesmas. Seja assumindo os cachos, o corpo, as ideologias, a rédea da vida, as imperfeições, elas estão se assumindo, e é muito bonito de ser ver.

E por conta de tudo isso, eu te pergunto: você tem coragem de ser você mesmo? De assumir o que você gosta? De assumir as suas decisões? De assumir que você é um ser imperfeito, e está tudo bem. Aliás, a sociedade dita “perfeições”, padrões que nós aprendemos que devemos cumprir, mas tenho percebido que esses padrões estão sendo quebrados. Afinal, a vida é mutável, na época renascentista “as gordinhas” eram o padrão de beleza, nos anos 80 as ombreiras reinavam, no passado alisar o cabelo era ser bonita. E isso está mudando. Por que você também não muda o seu jeito de se olhar?

Porém é importante dizer que se aceitar não é sinônimo de não se cuidar. Às vezes as pessoas tem a falsa ideia de que quando a pessoa se aceita ela “não tem mais trabalho”, se ela assume os cachos, ela não tem mais que ir no salão; se ela assume “as gordurinhas” para que fazer exercício? Não. Não. Não. Se cuidar é necessário até nas suas imperfeições. Exercite-se , cuide-se, ame-se. Mas como você é. E evolua sempre. Busque sempre o seu melhor, e não o melhor para o outro. Assumir quem você é, é fazer de você a pessoa mais importante do seu mundo! Afinal, não é a toa (nem maldade!) que quando as máscaras de oxigênio caem num voo, você deve colocar primeiro a sua, pois como você irá cuidar e ajudar os outros se não estiver bem?

Viva com ousadia!! E aqui trago o inicio do livro de Brené Brown, quando ela diz que viver com ousadia é se entregar por completo, é ser vulnerável, e saber que essa vulnerabilidade  é compreender que o ser humano precisa de vitórias e derrotas. Precisamos ter coragem de viver, de entrar na “arena da vida” sendo nós mesmos. Ser perfeito não existe na realidade, e é um padrão que ninguém nunca vai alcançar. Viver com ousadia é ter coragem de ser você, tomar as rédeas da sua vida e partir para o sua viagem, que é só sua. Tome coragem. Viva!

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Obrigada por ler até aqui e até o próximo texto!

Ticiana.

Dica de livro: Como falhar na relação? Os 50 erros que os terapeutas mais cometem.

Hoje vamos falar de um livro bem bacana que li há pouco tempo.

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Como falhar na relação? Os 50 erros que os terapeutas mais cometem, do Bernard Schwartz e John V. Flowers, é um livro bem interessante de ser lido por psicólogos e terapeutas, principalmente para aqueles que estão no início da vida clínica.

No livro, os autores trazem como objetivo falar sobre esses tais erros mais comuns de forma detalhada e confiável. Eles abordam também a temática de que na graduação somos sempre ensinados com base na teoria, porém as questões mais práticas e que envolvem “jogo de cintura” e criatividade nem ao menos são abordadas.

Falta a noção prática de como falar de fato com o seu cliente! Perguntas básicas tais como “o que devo dizer no início?” ou “como quebrar o gelo?” são algumas das quais os autores pretendem abordar na obra, e sempre de forma agradável, de fácil leitura  e de forma bem prática, baseados nas suas próprias experiências clínicas, como também nas suas vivências no acompanhamento de jovens terapeutas e colegas. Eles fizeram uma compilação desses erros e trazem em forma de aprendizado.

O livro aborda erros desde antes de se iniciar a terapia, aqueles que dizem respeito às expectativas do cliente, quanto dos próprios terapeutas; erros de avaliações incompletas; erros baseados no fato de ignorar a ciência (porque sim, não podemos esquecer, a psicologia é uma ciência!); erros que levam a não colaboração do cliente; aborda também erros que fazem qualquer relação terapeuta – paciente ser destruída; erros no estabelecimento de limites; dentre alguns outros. O ponto chave do livro? O fato de que os autores nos presenteiam como uma sessão “como evitar o erro” ao final de cada um dos 50 que são listados.

Esse livro me fez pensar no meu início na clínica, quando eu também tive as minhas dúvidas, e parti do zero, pois naquele momento não contava com nenhum livro como esse, nem com algum tipo de supervisão, tendo como modelo aulas de campo (bem raras, vamos admitir) da época da faculdade.

O maior segredo para não errar, talvez seja, ser você mesmo, sem máscaras ou interpretação de papeis. No entanto, tenha sempre atenção aos seus sentimentos, e leve seu cérebro junto. Saber todas as teorias não é garantia de sucesso!

Gostou desse texto? Deixa seu comentário se você quer mais indicações de livros por aqui!

Até a próxima!

 

Ticiana

 

Dica de livro: “As 10 bobagens mais comuns que as pessoas inteligentes cometem…”

Olá, pessoal!

Hoje vamos falar sobre um livro bem bacana que tenho lido: “As 10 bobagens mais comuns que as pessoas inteligentes cometem e técnicas eficazes para evitá-las” do Dr. Arthur Freeman e Rosa DeWolf.

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O livro é sensacional, e de fácil leitura (e não é restrito a psicólogos!). A começar pelo título que foi a primeira coisa que me chamou atenção. E a ideia do livro é bem direta: as pessoas inteligentes – aquelas que são bem sucedidas e estão indo bem na vida – às vezes se deixam abalar por problemas, muitas vezes, desnecessários. São erros tolos, e que muitas vezes não conseguimos nem explicar o porque cometemos, mas eles estão ali, para dá aquela sacudida de realidade na nossa rotina.

Mas que erros seriam esses? São as famosas “mancadas”, “bolas foras”, aquele branco na hora de apresentar um trabalho, ou aquela frase que foi dita em um tom errado, a insegurança que às vezes surge do nada ou até mesmo o ataque de fúria que nem sempre pode ser atribuído (no caso de mulheres) à famosa TPM. Aqueles momentos que a inteligência emocional fala mais alto do que a inteligência racional.

O livro trás o prefácio escrito pelo Aaron Beck – “pai” da teoria cognitivo comportamental, e logo na introdução nos chama para reconhecermos quais são essas dez bobagens do título, falando sobre emoções, ações, e nos brinda com um teste para descobrir quais são as bobagens que cada um de nós faz. E aqui é a grande sacada do livro: você deve ser verdadeiro consigo mesmo para que o seu resultado seja real e que a leitura possa ser proveitosa. Teste feito, os autores indicam quais capítulos devem ser lidos com mais atenção, pois nele estará a tal bobagem que você descobriu que faz, e como evitá-la.

Para os curiosos – ou profissionais/ estudantes de psicologia – recomendo a leitura do livro todo, pois para nós profissionais, ele é um ótimo aliado na clínica.

A obra é da Editora Guarda-Chuva e tem 293 páginas.

Recomendo realmente esse livro! O único porém, é que ele não é tão fácil de achar, mas vou deixar aqui o contato da editora e da BoookPsi – distribuidora na qual eu comprei o meu.

Editora Guarda-Chuva –  editoraguardachuva.com.br/ @editoraguardachuva
BookPsi – www.bookpsi.com.br/  @bookpsi

Ficou com alguma dúvida deixa um comentário ou manda um e-mail ticiana27.11@gmail.com

Até o próximo post.

Ticiana Araújo Carnaúba
(Psicóloga clínica e orientadora profissional)

PERGUNTAS X RESPOSTAS: “Como é feita a psicoterapia?”

Bom dia, pessoal, hoje dou início a uma série de postagens que tem como finalidade ser um informativo rápido sobre  dúvidas que mais recebo nas redes sociais.

Essa série terá como nome: Perguntas x respostas.

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Como participar: basta enviar a sua dúvida para o e-mail ticiana27.11@gmail.com ou pelo direct lá no Instagram (@psicologaticianacarnauba) e as mais relevantes (ou frequentes) serão postadas aqui no blog.

Nessa primeira “Perguntas x respostas” temos:

P:Como é feita a Psicoterapia“? (enviada por A.N de Salvador/ Bahia)

R: O processo de psicoterapia que realizo consiste em encontros semanais, com duração de cinquenta minutos cada. Por que essa periodicidade? Porque a terapia é um processo, e assim sendo, deve haver uma constância. A psicoterapia não possui um tempo limite. Não existe prever quando a psicoterapia irá ser concluída, pois ela é uma busca por algo maior, por um autoconhecimento. A psicoterapia, independente da linha teórica utilizada pelo profissional, tem como objetivo auxiliar o cliente/paciente em alguma dificuldade momentânea, ou algo já duradouro, ou até mesmo, em conhecer a si mesmo.

Buscar ajuda na terapia não é sinal de fraqueza e sim de coragem de mudar algo que não está lhe sendo benéfico.

Faça terapia. Busque ajuda.

Tem mais dúvidas sobre esse processo ou quer agendar uma sessão de avaliação, entre em contato (71) 9 9280 0204.

Ticiana Araújo Carnaúba

(psicóloga clínica e orientadora profissional CRP 03 11253)

Você sabe o que é Psicoterapia?

Começo hoje aqui a falar sobre os serviços com os quais eu trabalho na Psicologia.

O primeiro post será sobre o “mais comum”: a Psicoterapia em si. E quando digo que é o mais comum, falo pelo fato de que quando as pessoas pensam em “psicólogo(a)” eles associam logo à clínica e à terapia. Mas será que você sabe realmente como é feito o processo da terapia?

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Falarei aqui, da terapia Cognitivo-comportamental, visto que, é a abordagem que eu trabalho, mas existem muitas outras formas de “fazer psicologia”.

A psicoterapia cognitivo-comportamental tem como “pai” o Aaron Beck, que “concebeu uma psicoterapia estruturada, de curta duração, voltada para o presente, direcionada para solução de problemas atuais e a modificação de pensamentos e comportamentos disfuncionais” (BECK, 2011, p. 22). E essa ideia surgiu para o tratamento da depressão, porém hoje em dia a TCC (como ela é conhecida) é eficaz para praticamente todos os tipos de situações nas quais a pessoa precise de ajuda.

As sessões de TCC são estruturadas, para que sejam ainda mais produtivas. Elas constam de início, meio e fim, onde o cliente sempre dá o seu feedback da sessão, para que o processo possa sempre estar de acordo com as suas necessidades.

A psicoterapia consiste em encontros semanais, com duração média de cinquenta minutos, onde o cliente é personagem ativo. A escuta é feita, mas também fazemos uso de atividades práticas, sejam na sessão, como aquelas que chamamos de “planos de ação”, onde o cliente entre sessões faz algo que esteja em relação ao que vem sendo trabalho em terapia. É uma abordagem didática e ativa, onde faz-se uso de técnicas, leituras e discussões. Nas sessões, o cliente tem o seu espaço neutro, sem julgamentos, ficando livre para trazer o que tem lhe causado algum tipo de prejuízo psicológico. Lembrando sempre do sigilo absoluto por parte do terapeuta.

Alguns ainda apresentam resistência com a TCC, pois dizem que ela é “superficial”, “não trabalha o passado”, “parece escola com deveres de casa”, mas todas essas afirmações não são verdadeiras, pois não há superficialidade na TCC, trabalhamos sim o passado (embora ele não seja nosso foco), e as atividades são essenciais para que o cliente seja empoderado, afinal, a maior proposta da TCC é que o cliente, com o tempo necessário, se torne o seu próprio terapeuta.

Faça terapia. Ela pode ajudar.

Ficou com alguma dúvida sobre o processo? Entre em contato pelo e-mail ticiana27.11@gmail.com

 

Um abraço e até o próximo post.

 

Ticiana Araújo Carnaúba
(psicóloga clínica e orientadora profissional)

Orientação Profissional

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FONTE: Google

 

Orientação Profissional é uma das vertentes da psicologia, e os psicólogos podem se especializar nessa função, tornando-se assim orientadores profissionais. No entanto, ainda existem profissionais pouco especializados, que após a formação generalizada na psicologia, atuam como orientadores profissionais, o que pode acarretar em trabalhos superficiais.

Algumas pessoas ainda tem em mente que Orientação Profissional é apenas aplicação de testes, porém a Orientação Profissional vai muito além disso. Testes psicológicos são ferramentas que podem ser utilizadas para ajudar no processo, sendo uma fase da orientação, porém somente tais testes fazem com que o processo seja insipiente e passe uma falsa ideia de “conclusão”. Porém, a Orientação Profissional deve ser tida como um processo, como o alinhamento das habilidades pessoais de cada um e as características do mercado de trabalho e suas profissões, e não como uma escolha determinada na vida de uma pessoa. Afinal, porque deveríamos escolher algo no início da vida adulta e permanecer nessa escolha durante toda a vida? Será que aos 17/ 18 anos estamos realmente aptos para tal escolha? O que realmente permeia a escolha profissional?

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FONTE: Google

 

Afinal, o que é a escolha profissional? O ato de escolher é “decidir entre uma série de opções aquela que nos parece melhor” (Lucchiari, 2008, p.16), e sendo assim, o escolher a profissão seria decidir entre tantas quais as que parece melhor para o seu futuro, ou aquela que realize as suas aspirações profissionais. Tarefa essa, que nos dias atuais está ficando cada dia mais complexa, devido às possibilidades de novos cursos e especializações, além dos cursos técnicos, guiados pelas novas tecnologias, que fazem com que cada vez mais, a informação chegue ao jovem em uma velocidade extrema. E qual o papel da Orientação Profissional? Segundo Lucchiari (1993), o objetivo é “facilitar o momento da escolha ao jovem, auxiliando-o a compreender sua situação específica de vida, na qual estão incluídos aspectos pessoais, familiares e sociais. É a partir dessa compreensão que ele terá mais condições de definir qual a melhor escolha – a escolha possível – no seu projeto de vida” (p.12).

Sendo assim, orientar profissionalmente não é dar a “certeza absoluta” da escolha, mas sim preparar a pessoa para escolher de forma mais consciente e assertiva.

É importante também mencionar que diversos são os fatores que afetam – direta ou indiretamente a escolha profissional – sejam eles políticos, econômicos, sociais, educacionais, psicológicos, e sobretudo, familiares. Sim, a família influencia muito no momento da escolha, seja pelas expectativas dos pais para com os filhos, como as expectativas do próprios filhos, em seu lugar na família. A escolha profissional acaba sendo um projeto dos pais, assim como um projeto dos filhos.

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FONTE: Google

 

Uma dúvida que muitas vezes existe: orientação vocacional ou orientação profissional? A psicóloga Dulce Helena Penna Soares, doutora em Psicologia Clínica e fundadora do LIOP (Laboratório de Informação e Orientação Profissional), afirma em seu livro “a escolha profissional do jovem ao adulto” (2002) que “vocação não existe. Ninguém nasce para uma profissão apenas. Toda história pessoa de cada um, onde nasceu, como viveu, as oportunidades na vida para experimentar uma série de coisas, vai dizer as possibilidades futuras” (p.100). Sendo assim, a nomenclatura hoje em dia mais utilizada é orientação profissional. No entanto, nas publicações norte americanas você ainda encontra a nomenclatura “orientação vocacional”, enquanto as publicações francesas usam o termo “orientação profissional” e as publicações argentinas fazem uso da nomenclatura “orientação ocupacional”, e todas se referem à mesma coisa.

No Brasil, a Orientação Profissional está muito vinculada ao âmbito escolar, mas ela também é realizada em atendimento clínico, sendo comparada com uma terapia breve ou de apoio, uma vez que, tem um único foco: a dificuldade profissional (SOARES, 2002).

Uma outra modalidade que vem crescendo junto à Orientação Profissional é o trabalho de reorientação profissional, tendo em vista as crescentes transformações sociais. Mas o que vem a ser a reorientação profissional? Segundo Garcia (2000) apud Soares (2002), “a reorientação profissional tem por objetivo […] resgatar os projetos profissionais daquele que, em um momento de sua vida, engajou-se numa escolha sem ter passado por questionamentos, ou importou-se apenas em viver aquele momento, ou ainda, considerou apenas o futuro, sem levar em conta todo o processo decisório pelo qual estava passando” (p.147), e nesse momento a maior dificuldade que a pessoa em reorientação profissional enfrenta é romper com o que já foi construído, e muitas vezes recomeçar do início.

Por tanto, o processo de Orientação e Reorientação Profissional é algo trabalhoso e progressivo, que requer alguns encontros e a conexão do “eu” com o mercado e as diversas possibilidades que existem.

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FONTE: Google

 

Está com dificuldade de escolha, ou se encontra em um momento de dúvidas dentro da profissão escolhida? Procure ajuda de um psicólogo orientador profissional e busque um maior entendimento sobre as suas possibilidades.

Ticiana Araújo Carnaúba
Psicóloga e Orientadora Profissional
CRP 03/11253

REFERÊNCIAS:

LUCCHIARI, Dulce H.S. O que é escolha-profissional. 3 ed. rev. e ampl. – São Paulo: Brasiliense, 2008. (Coleção primeiros passos; 212).

________________(org.)  Pensando e vivendo a Orientação Profissional – São Paulo: Summus, 1993.

SOARES, Dulce H.P. A escolha profissional: do jovem ao adulto – São Paulo: Summus, 2002.

Enquanto isso na novela Sete Vidas…

 

Não sei quantos de vocês assistem novela, mas a trama das 18h da Globo, “Sete Vidas” vem surpreendendo ao público, seja pela sua fotografia, pelas atuações, e principalmente pela história escrita de forma real pela autora Lícia Manzo.

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Um dos personagens que me chama sempre atenção é a psicóloga Isabel, interpretada pela atriz Mariana Lima, pois ela desde sempre tem sido retratada de forma bastante fiel ao que um psicólogo é na “vida real”.

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No início da trama, víamos Isabel como alguém totalmente controlada, inteligente (representações sociais do psicólogo na nossa sociedade) e que sempre sabia fazer o outro enxergar alguma história por outra perspectiva, o que por muitas vezes é o papel do psicólogo. Coerente, íntegra, sensata, ela sempre me rende os melhores diálogos da novela no sentido de “soco de realidade”.

Mas eis que de algum tempo para cá, foi se revelando uma nova faceta da personagem, ou melhor, sou se relevando a Isabel sem as representação sociais da profissão, e ela se mostrou da mesma forma inteligente, humana, integra, mas humana. Sim, humana! Característica que muitas vezes as pessoas esquecem que os psicólogos também são. Ela tem vivido uma situação em que podemos usar o jargão “casa de ferreiro, espeto de pau”, pois após anos de um casamento sólido, ela se vê atraída por um ex-paciente (que aqui também não podemos esquecer que é igualmente humano), e sente que seu casamento está por um triz. Justo ela, terapeuta de casal!

Em determinado momento, ela está fazendo um dos seus programas de rádio, onde dá conselhos a pessoas que estão com seus casamentos ameaçados, e logo em seguida ela mesma age de forma contrária em seu próprio casamento. Simplesmente excelente essa contradição, para mais uma vez afirmar que psicólogos são seres humanos, cabíveis de erros, equívocos, emoções e dúvidas. A mais nova situação na qual Isabel está, é a sua retomada à terapia, mostrando mais uma vez, que psicólogo também deve fazer terapia, cuidar das suas questões e dos seus questionamentos.

Como já disse Jung: “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana“. Nós psicólogos não podemos nos esquecer disso, e nem os pacientes, e pessoas ao nosso redor.

Esse desnudar da personagem também me remeteu ao “desabrochar” da pessoa a medida que vamos conhecendo ela, e as inúmeras vezes que depois de um tempo, acabamos conhecendo uma faceta antes desconhecida, ou mal interpretada. Todas as pessoas na vida são assim, de inicio se mostram pouco, aos poucos, e com o tempo e o adquirir da confiança, elas passam a se mostrar por inteiro. Mais um ponto para a maneira como a Lícia Manzo escreve e descreve seus personagens.

Cada vez mais encantada com o enredo da novela, e curiosa para saber por quais curvas seremos levados junto com essa personagem tão rica.